Procurando

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma prece

Ah, Insensatez... loucura diária, companheira de jornadas. Deixe-me hoje, deixe-me só apenas um momento para que eu possa me lembrar o porquê da renúncia, o motivo da revolta e o objetivo da luta.

Prelúdio nº1

É preciso mudar de atitude. Fazer como se fez há oito meses: parar, respirar, pensar, tentar ver a situação de outro ângulo. Não é muito diferente. Acabará admitindo que não pode mais continuar. Mas dessa vez precisa ir até o fim. Nada de arranjar desculpas no meio do caminho!

É preciso se concentrar. Saber que é capaz como já foi provado outras vezes: fechar os olhos, inspirar, sentir onde realmente ainda dói e cutucar a ferida. Sim. É preciso ir lá dentro, bem fundo... até o coração voltar a sangrar. É preciso não ser tão teimosa, mais auto-suficiente e virar a página. Não se sente muito à vontade, tem medo (e alguma vez ele a deixou?) e um nó constante na garganta.

É preciso olhar para trás para se lembrar do quanto foi difícil. É preciso querer, unir as mãos e pedir. Suplicar bem baixinho para que só ela ouça e entenda que a hora chegou. De novo.

Aurora

Hoje apaga todas as luzes para que ainda possa haver escuridão. Mansa conta o tic-tac do relógio esperando nascer no leste o seu amor. Fecha os olhos, volta a dormir. A hora deles ainda não chegou.

Noite fria

A felicidade tem seu preço, mas quem está disposto a pagá-lo? Venderia a alma, se assim pudesse ser, para sentir o mel cobrindo-lhe os olhos. Não é preciso muito. Apenas o suficiente para fazê-la cair no sono.

Apenas um gole

O fundo doce do copo avisa-lhe que o fim está próximo. Cola os lábios contra a borda e tenta se refazer no calor familiar dos sonhos. E quando termina de engolir tudo que a nutria... só encontra pó.

Ainda chove

Dos olhos castanhos já não há o mesmo brilho. Observa as pedras frias e sente-se sozinha. Teme o presente, planeja o futuro. É difícil suportar o peso branco. Olha para os lados... tão perdida! Queria diluir-se nas gotas de incertezas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Te cuida, Flor!

Cresceu. Minha pequena já toma as suas próprias decisões, já caminha sozinha e eu que sempre cuidei fico de mãos atadas. Não cabe a mim dizer como deve ser feito, não posso mais brigar ou proibí-la de nada. A distância traz a saudade, mas também a preocupação. Não consigo ser de outro jeito... sou a mais velha, a mais chata, quem sempre teve as responsabilidades. Meu coração fica apertadinho, sinto falta dos dias de pijama, das risadas, das lágrimas compartilhadas. Queria o cafuné querido, ficar fraca e fazer nada juntas...

Saudade sempre.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Se cair, levanta!

Não vai aceitar as provocações dos últimos tempos e muito menos achar que é assim que deve ser. Aprendeu desde cedo: quem tem a pena é que escreve a história. Agora não vai ser diferente. Destino coisa nenhuma! Escolhas pensadas, mensuradas pela ânsia de viver da forma que acredita. Difícil... muito difícil. Porém agora está um pouco mais preparada e mesmo que tenha vontade de deixar pra lá já não pode mais. Está envolvida até a alma, apaixonada pela loucura diária que é o seu pequeno mundo. Um caos calculado mesmo quando não desejado. E só sabe dizer que tem fome, que tem sede, que ama, que sente!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ai, Doutor...

Bom dia. Eu tenho hora marcada às 9h15. Sim, claro. Queira me seguir, por favor.


E lá na saleta eu falaria de todos os sintomas, desde quando me sentia daquele jeito e ele me olharia por cima dos óculos quadrados com uma atenção particular. Anotaria tudo que eu fosse dizendo e por fim diagnosticaria:


Você sofre de "não-sei-o-que-fazer-da-minha-vida". É muito comum em pessoas da sua idade, ele tentaria me acalmar. No entanto o tratamento é muito simples. Vou lhe receitar essas pílulas que devem ser tomadas 3 vezes ao dia durante 1 semana. Pode comprar com este nome aqui. Sabe como é, né?! O genérico é sempre mais barato.


E eu sairia feliz da vida me sentindo bem mais disposta.