Procurando

terça-feira, 30 de junho de 2009

Entre les murs

"Entre les murs" est un film intrigant. Ce n'est pas possible le regarder et ne pas être touchée. La France gagne une nouvelle dimension complétement différente de la réalité très connue par tout le monde. On ne voit pas de lumières, tant mieux les rues. En fait, Paris est montrée par la réalité quotidienne d'un lycée. Voir cette France-là si melangée et pas du tout préparée à vivre avec la différence me fait penser que l'être humain est rien. On ne voit que nos ombrils! Comme professeur je suis restée vraiment gênée avec la réalité apportée par le film. À la fin, je me sens un peu nulle quand même et je me demande quelles sont les limites de mon travail. Quel est mon rôle? Je veux faire d'une autre façon... quel est le bon chemin, alors? 
Entre les murs, France, 2008. Réalisation: Laurent Cantet

Ainda respiro

Venha! Bata-me, jogue-me contra mim mesma. Mostre-me que estive errada todo este tempo. Desilusões não bastam, já não me incomodam... não posso mais tocá-las, apesar de desejá-las. Sabotadora de felicidade? Talvez. O sangue continua a correr dentro de mim, apesar da vontade alheia. Estou viva! Mesmo que digam o contrário. Mesmo que se esforcem em me esquecer. A memória permanece e o meu trunfo é perceber que nunca me enganei.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Se tenho certezas agora é porque fui capaz de duvidar um dia...

Acordo e não tenho certeza de nada. Só vontades, desejos dispersos e soltos na imensidão anônima do meu dia. Hesito. Quero não ser, não existir, fazer diferente. Pra quê? Pra quem? Minhas escolhas me conduziram até aqui. Sim! Eu desejei isso. Tenho orgulho de me apresentar e de me olhar no espelho. Meus cabelos são um emaranhado castanho que acentuam meu rosto longo e fino. Os olhos pequeninos ainda se acostumam com a luz de mais uma nova jornada. 



Sorrio ao mesmo tempo que me espreguiço. Alongo todo os meus pensamentos e fico satisfeita por ter a chance de recomeçar. Um novo dia, um novo eu. Penso no outro, desejo o outro, preciso das pessoas. Pessoas queridas que aquecem meu coração. Às vezes, deixo o outro de lado para poder pensar em mim. Exercício nada fácil para quem passou a vida toda fazendo justamente o contrário. Mas sei medir meu egoísmo. Tomo uma xícara de chá e penso que enfim as coisas entraram nos eixos... e daí se em dois minutos pensarei diferente? Não tenho mais tempo, pois estou ocupada sendo feliz... vivendo!!!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um dia fora de mim mesma

Eis que chego na cidade de Goiás. Fui apenas para passar o dia. Quero encontrar pessoas queridas, dançar, beber, brincar, assistir aos shows, me livrar de lembranças do passado e voltar para casa. O dia está lindo! O céu não tem nenhuma nuvenzinha. Estou com um vestido novo que comprei na feira do sol: todo florido, minha Havainas vermelha e uma flor no cabelo. Chegamos em Goiás e lá vou eu toda singela pelas ruas de pedra em busca de um restaurante para almoçar. Reforço o filtro solar e subo a ladeira. Mas percebo um burburinho: " É ela?! Acho que é ela... será?" e não posso acreditar no que escuto: "Vanessaaa!!! Vanessaaa, aqui!!!" Meu pai amado! As pessoas acham que eu sou a Vanessa da Mata! Ai, ai... não tenho nada a perder e entro na onda. Começo a acenar, os meninos viraram meus seguranças e quando vejo já estou na Praça do Coreto rodeada de fãs. Todos querem uma foto. Gente, tô falando sério! De repente começa um surto coletivo e a cidade pára para me ouvir cantar em cima do banquinho da praça. Putz! Tô rindo até agora. Me diverti muito, dancei por 8 horas initerruptas e fui famosa por um dia. A verdadeira Vanessa arrasou no show a noite e eu voltei pra casa com mais este ritual de passagem cumprido. Mais um demônio que ficou para trás. Só faltou tomar um banho de chuva!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quer que olha, tia?!

Está impossível dirigir nesta cidade! E eu que penso em morar em São Paulo... aff! Mas enfim, tinha que sair. Fui ao médico mais especificamente cuidar do meu novo hobby: cefaléia crônica e o clima também não contribui muito para o meu humor. Um calor, uma claridade... Entro na rua da clínica e há carros para todos os lados. Encontro uma vaga (oba!). Mas tenho que fazer baliza (maldição!). Não há outra opção e eu não tenho muito tempo. Vamos lá! Eu repito mentalmente. Você é capaz, Lara. Ligo a seta, engato a ré e olho no retrovisor: ai, ai ai,... tem um cara lá atrás sinalizando com as mãos e dizendo pra eu ir. Eu mereço?! O pneu traseiro encosta no meio-fio e eu ainda estou com metade do carro para fora da vaga. Recomeço o processo. Desta vez um grupo de opérarios da obra ao lado decide parar de trabalhar para observar a minha tentativa de manobra. E o cara saiu lá de trás e veio para a frente do carro: Pode ir - diz ele. Disterça, disterça - continua dizendo mexendo os braços. Vontade de disterçar o pescoço dele... isso sim! Nada. Faltou pouco dessa vez. Agora já escuto os comentários dos rapazes da obra: Êita! Tinha que ser mulher mesmo! Puta que pariu - acho que não pensei isso. Consigo meter o carro na vaga. Desço, abro a porta traseira para pegar minha bolsa. Tá estressada? Escuto o moço que ainda conserva o pecoço intacto perguntar. Balanço a cabeça negativamente. Quer que olha, tia? ele pergunta. Aff! E entro na clínica.

Ela por ela mesma

Um turbilhão de pensamentos. Memória se fundindo com o amanhã planejável. Tudo que precisa é de um banho. Vontade de ser ela mesma e mais ninguém... tão cansada. Absorta na própria existência pega a toalha e vai se despindo pelo caminho. Arranca as sandálias dos pés agora já não tão frios, desliza a saia pelas longas pernas, deixa-se levar pela dança natural do seu corpo. Já não pensa mais. Só sente: a água quente acaricia as suas costas confortando-a - Tudo vai ficar bem... - ela repete num sussuro. Sente falta dela e não se reconhece mais. Aquelas curvas, aquela pele, aqueles pêlos... quer virar do avesso, entrar em si própria e massagear o coração tão machucado. Um riso clandestino escapa de seu peito Assustada leva a mão à boca! Não consegue segurá-lo e o riso torna-se gargalhada. Seu corpo acompanha este estranho sentimento e ela precisa se apoiar na parede para recuperar o fôlego. Ainda está lá! Ela não a deixou... que bom é tê-la por perto. Finalmente consegue respirar. Há meses não respirava... um arrepio toma conta do seu corpo e passeia amigavelmente dentro dela fazendo-a gemer de prazer. Então reconhece a sensação e se sente bem por saber que continua de pé. Olha para trás e sente falta... do que exatamante? Não sabe dizer, mas, enfim, se dá conta de que o passado a trouxe até aqui. Agora é preciso dar o próximo passo. Desliga o chuveiro e volta a sorrir.

terça-feira, 16 de junho de 2009

C'est quoi ce bordel?!

Et voilà. C'est ma vie! J'ai l'impression d'avoir perdu le contrôle, mais, au même temps, j'suis vachement contente d'être là. J'arrive à mes buts, les chemins ne sont pas ceux-là dont je rêvais, mais ça va. Cette année, je suis déjà morte un million de fois et vivante aussi à chaque minute. Je sais pas si c'est la Lune, le Soleil, Dieu... n'importe quelle type de force qui me pousse avant. J'ai peur, pourtant je ne regrette rien, je parie mon bonheur et je ne veux que vivre et aimer encore!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Chuchu não é laranja!

E é um tal de dizer NÃO querendo que seja sim. E de virar à direita, torcendo para se chegar à esquerda. Não podem ver a verdade, pois esta dói. É melhor eufemizar, sorrir e levar as coisas. E quando você é prática e diz o que está ali, estampado para todos verem, te chamam de insensível... ah, tenho preguiçaxxx (com o final bem chiado assim ó!)

Um dia irritantemente feliz

Acordo, por incrível que pareça, sem o barulho habitual da vizinhança. A cabeça agradece por estar sozinha em casa e não ter que dar "bom dia" a ninguém. Uma ida rápida ao banheiro, uma volta pela sala e os sentidos vão se despertando pouco a pouco. Abro as janelas e o sol invade o apartamento. Um tapa na cara. Essa é a sensação! No céu poucas nuvens e, por um momento, azul é minha cor preferida. Vontade de alguém, vontade dele e de mais ninguém, de amor, dar e receber. Checo emails, peço a companhia de um outro alguém que precisa de mim e vice-versa. Nos esforçamos para atender ao pedido do sol. Teorizamos, analisamos e sentimos. Estamos bem ao lado um do outro. Amor puro, sem cobranças. Amor sincero. As horas passam por nós e vejo que estou no caminho certo. Sinto-me leve. Sinto-me bem por tê-lo por perto. Já sinto saudades antecipadas de uma história que está apenas no começo.

domingo, 14 de junho de 2009

Às vezes vou sorrir... às vezes vou chorar de amor.

E se eu saísse louca por aí, gritando para quem não quisesse ouvir que só o amor compensa, que só o amor constrói? Que eu entrasse no ônibus dizendo que poderia estar matando, estar roubando, mas que na verdade eu queria apenas um sorriso, que retribuíssem meu sorriso. E dizer a plenos pulmões que é preciso dizer “bom dia” uns aos outros, olhar nos olhos da pessoa que te volta o troco no supermercado, se importar com quem está por perto.


E se eu quisesse me sentir assim para sempre: a beira do precipício, mas tão perto do que busco. Acordando com a ansiedade do novo, da surpresa do novo dia, apesar de já pensar saber o que vai acontecer. E se eu não tivesse medos? Entretanto se eles surgissem que eu soubesse enfrentá-los. Que eu pudesse me emocionar com a beleza ordinária, com o levantar do sol e com as crianças brincando na rua. Com o barulho da cidade e suas vozes anônimas tão familiares. E se eu não me cansasse do clichê e fizesse tudo novamente numa versão minha, completamente original, remasteurizada, bem colorida.

E quando eu não conseguisse mais parar de sorrir, quando eu sentisse que não poderia mais suportar tanta vida dentro de mim eu choraria. Um choro gozoso, capaz de lavar a minha alma, capaz de me manter no caminho, capaz de fazer com que eu perceba que estou viva. E que sem amor eu não sou nada.

E olhando para trás...




Branco, absolutamente branco em volta, porém uma chuva de cores no interior. Elas eram de todos os tamanhos, de todas as formas. Pronto lá estava ela: grande, imponente, decidida. A sensação de déjà vu era indescritível: ah, Felicidade. Felicidade? Felicidade! Sim. Então era isso desde o princípio. Tocava aquela música. Aquela que foi feita para mim, para este momento e aqueles outros tantos já vividos. A catarse era quase que direta, pois para quem mais haveria de ser aqueles versos senão para mim? E numa fração de segundos, minutos, dias – não saberia medir o tempo. E isso pouco importa, pois não é a quantidade e sim a qualidade – tudo se encaixa e eu me sinto uma completa estranha, estrangeira neste mar de sentimentos. Tudo é novo, tudo é descoberta. E neste anseio pelas sensações faço-me criminosa, assassina do senso comum e do conformismo. Que julguem, que digam, que falem, mas deixem-me viver!

sábado, 13 de junho de 2009

Son propre programme de télévision



A onda agora é ser saudável: yoga, pilates, Subway, comida japonesa... tudo muito in. Porém o universo conspira contra a sua vontade de ser alguém melhor - mas segunda-feira você começa a frequentar a academia e o chocolate ainda permanece no seu cardápio porque são tempos difíceis, tempos de TPM.





Você tem 10 minutos para engolir o almoço e sair correndo para a reunião. Acaba ligando a televisão - mais pela força do hábito que por estar interessada em algo - depara-se com outro hit do momento "Son propre programme de télévision"!. É tudo tão simples, tão fácil. Você pode usar os ingredientes que já possui em casa, nem precisa ir ao supermercado! São pratos que podem ser feitos rapidamente e que agradam a todos! Você se anima, pensa em ligar para meia dúzias de pessoas (e quem sabe até aquele paquera, hein?! Conquistar o rapaz pelo estômago... hum!) e você poderá finalmente usar aquele avental chiquérrimo que comprou em Buenos Aires "Me gusta los tacos". Ah, será lindo. 





Tudo bem que a sua cozinha não é tão grande quanto a da cozinheira sexy da tv (já reparou naquela Nigella?! Eu a faria tranquilamente...), mas e daí? Você estará sexy! Avental preto emagrece! Por um breve momento você deixa o país dos temperos aromáticos e se depara com seu prato de macarrão instantâneo.





Desolada você se lembra que na sua despensa só existe um saco quase cheio de polvilho (maldita tarde que resolveu tentar fazer tapioca). Olha para o relógio e dá um pulo do sofá! Você já está 10 minutos atrasada. Infortúnio! Você terá que usar os velhos artifícios para fisgar o rapaz enquanto ninguém lhe oferece um espacinho em algum programa culinário. 





Você já até imagina o cenário: tudo bem brasileiro, bem tropical, super exótico... sucesso de audiência... droga! A reunião!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Acabou-se o que era doce


Com essa tragédia do vôo da Air France e minha viagem para a França marcada não posso não ficar balançada (tá! Todo mundo tá balançado. Até quem anda na bicicleta). Qdo voltei da França em 2006 foi a tragédia da GOL e agora é isso. O frio na barriga só aumenta. Com isso me lembrei das minhas últimas viagens aéreas e minhas lembranças me levaram até outubro do ano passado...
Eis o fim da Era de Ouro da aviação brasileira. Lembro-me bem da primeira vez em que viajei em um avião. Eu tinha 12 anos. Que sonho! Meu pai ficou endividadíssimo na época, mas fomos tratados como uma família real saída de algum principado muito pequenino.
Pois então que decido ir a Recife visitar minha irmã. Avião é claro! Não hesitei quando comprei minhas passagens com meu amado Visa (“Porque a vida é agora”). Sairia às 8h10 de Goiânia e desembarcaria às 12h10 do mesmo dia! Outro sonho... Viva Alberto Santos Dumont!!!
Entretanto ao embarcar já fiquei muito desconfiada (sou assim por natureza) daquelas figuras simpaticíssimas: os comissários de bordo (é feio dizer aeromoça, viu?!). Todos muito sorridentes e solícitos. Impecáveis! Que colarinho bem passado! E as saias? Sem nenhum vinco! E eu com minha tradicional combinação de jeans, camiseta e All Star e um casaquinho mínimo, afinal de contas iremos para Recife. Um sono que era uma história a parte, mas que se dane! Não queria agradar a ninguém apenas sair do marasmo de Goiânia.
O casaquinho fez jus ao seu sufixo e eu morri congelada. Mas não sentia tanto frio, pois a minha fome era maior. Quando servirão algo? Eu me perguntava. Enquanto eu não via indícios de um possível lanche continuava a cochilar de boca aberta sonhando que eu estava na Algodão Docelândia.
Sim! Lá estavam eles. Sorridentes, simpáticos e solícitos no início do corredor com o carrinho. Eu fiz bem em escolher a poltrona 7F, imaginei. Já viajei na 28B uma vez e foi barra esperar eles chegarem até mim. Então limpei a baba, melhorei a minha cara e fiquei folheando a revista de bordo como se não estivesse prestando atenção à movimentação no avião e torcendo para que eles não se esquecessem de mim. Mas... não pode ser! “Bom dia. A Senhorita deseja um amendoim e uma barra de cereal? E para beber?” Pronto. Acabou. E lá se foram eles com o sorriso congelado no rosto para os passageiros da oitava fila. Ei! Eu quis gritar. Mas cadê a comida? Minha vontade era de começar um discurso inflamado a respeito da minha vida e o que passei até chegar ali. Vocês me pedem para fazer o check-in 1h antes da partida. Ou seja, eu estava às 7h no aeroporto. Logo levantei às 6h! Às 6 horas da manhã, entendem? Por isso estou aqui dormindo e babando de estômago vazio, pois não tive tempo de comer nada. E vocês me aparecem com um saquinho, bem mixuruca de amendoins selecionados eletronicamente?! Que podia fazer? Sair do avião de indignação?
Retribuí o sorriso e peguei minha preciosa barrinha de cereal, meus amendoins e meu suco de goiaba. MEUS, TODOS MEUS. E comi pensando na história que escutei uma vez a respeito de alguém. Quem foi? Bem, não me recordo, mas a pessoa estava viajando em um ônibus e disse que ao parar em uma cidadezinha para comer algo pediu um quibe (ainda bem que ainda havia um), mas o proprietário do estabelecimento a corrigiu dizendo que não se tratava de um quibe e sim de uma coxinha. Então me dei conta de que minha situação não era tão crítica assim. Desembarquei em Recife com o estômago nas costas e morrendo de sono.
Agora se eu for pensar bem sempre acontece algo bizarro quando viajo em aviões... vamos ver se em setembro eu terei outra história para contar.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Why??


Why? And I’m asking why? Oh, God! Algumas palavras se encaixam perfeitamente em uma língua. Mas o que não faz sentindo é por que as pessoas insistem em ser felizes ao seu lado quando você está tão mal. Você vai levando. Aceita convites dos mais variados possíveis: cineminha com o amigo gay, compras com a amiga estilosa, boate com o pessoal que você provavelmente irá conhecer, mas que não se lembrará na manhã seguinte seus nomes, cabeleireiro com a irmã, almoço de domingo em família, livros começados e nunca terminados e quando já não houver mais opções, televisão. Ah, my sweet friend! E como é bom ver os personagens do seu seriado favorito fazendo piadas das próprias desgraças. De bônus aquelas risadinhas ao fundo lhe dizendo que no fim tudo vai estar bem. Você se sente confiante, se enche de coragem e decide tirar o pijama. Pois afinal de contas hoje é um dia cheio de oportunidades. Você está sozinha, mas não está morta. Glória! Eu não estou morta!

E a sensação daquele esfoliante caríssimo, que você comprou na feira de cosméticos do ano passado e que você economiza cada gotinha, faz com que todas as mágoas desapareçam pelo ralo. Um conselho: Nunca fique guardando “aquele” perfume para “aquela ocasião”. Use-o. Use-o hoje, use-o agora, use-o para você. Sim, você é aquela mulher decidida, confiante e independente que todos acreditam. Você pode voltar a sorrir, você pode ser feliz novamente. Está sentindo? É o cheiro de chuva no ar. Chuva que vem para lavar você. Dispa-se do passado. Ah, música... a gente se esquece como é bom colocar o volume no máximo e dançar livremente sem se preocupar com nada: “Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho? Vivo tranqüilo, a liberdade que me faz carinho...”

E quando você sai à rua percebe que a vida continua e que ninguém vai parar para você ficar em casa chorando. Talvez sua mãe ligue pra saber como você está. E no final até que não é tão ruim essa sensação de que tudo pode acontecer a qualquer momento. Então, aproveite!

I like movies
















Sempre existem um milhão de coisas que você tem vontade de fazer, mas acaba adiando pensando que sempre haverá outros momentos para concretizá-las. Porém, uma apaixonada por cinema como eu, ainda não conseguiu assistir nem a 10% dos filmes do cinema mundial que me interessam e fica cada vez mais difícil acompanhar todas as novidades. Então, num dia desses, deixei as obrigações de lado e fui ver Crash-No limite. Surpresa boa! Meu pseudo-ócio foi compartilhado com meu querido amigo Marco Túlio que me ajudou a organizar minhas impressões "after the movie". Thanks, dear!
Crash - No Limite (Crash, EUA, 2004 / Alemanha, 2004)
Sinopse:
O filme mostra o encontro de vários personagens totalmente diferentes nas ruas de Los Angeles: uma dona-de-casa e seu marido, promotor público, da alta sociedade; um lojista persa; um casal de detetives da polícia - ele afro-americano, ela latina -, que também são amantes; um diretor de televisão afro-americano e sua esposa; um mexicano especialista em chaves; dois ladrões de carros da periferia; um policial novato; e um casal coreano de meia-idade. Todos vivem em Los Angeles e cada um tem sua própria história. Nas próximas 36 horas, eles vão se encontrar.
Elenco:
Sandra Bullock, Don Cheadle, Matt Dillon, Jennifer Esposito, William Fichtner, Brendan Fraser, Ludacris, Thandie Newton, Ryan Phillippe, Larenz Tate, Tony Danza, Keith David, James Haggis.
Direção: Paul Haggis.
Produção: Don Cheadle, Paul Haggis, Mark R. Harris, Robert Moresco, Cathy Schulman, Bob Yari.
Fotografia: James Muro.
Trilha Sonora: Mark Isham, Oliver Nathan, Shani Rigsbee, Kathleen York.

Onde estaremos amanhã? A quem teremos que pedir ajuda? Que influência tem as pessoas com as quais cruzamos durante a nossa vida? Crash é um filme que tem como um dos temas principais o racismo. Nada muito novo nos dias atuais se não fosse um assunto que fazemos questão de não discutir. E por quê preferimos nos calar? Acaso não somos também racistas?
O filme nos indaga a todo momento sobre as crenças e valores que construímos ao longo de nossa existência e como é cômodo e necessário vestir um papel que os assuma, bem como suas conseqüências. Porém, para falar de racismo, que é em si um assunto heterogêneo, não se pode desconsiderar o valor da identidade e da diferença na construção desse sentimento que faz parte de nossa natureza sócio-cultural. Ao nos depararmos com a personagem do detetive Graham, por exemplo vemos claramente como o processo de construção das identidades é algo complexo. Ao assumir um alto cargo dentro de polícia de Los Angeles, o poder que lhe é conferido não condiz com os estereótipos criados pela sociedade uma vez que ele assume uma identidade que o afasta de suas origens negras. Logo, ele é tratado de acordo com esta identidade que ele construiu ao longo de sua vida. Entretanto, fica uma lacuna nesse processo, visto que sua família condena essa identidade que os afasta e ele não consegue pertencer integralmente a nenhum dos dois lados. O filme traz vários exemplos em que somos levados/as a lidar com a diferença alheia levando-nos também a uma auto-aceitação, quer dizer, a nos reconhecer como parte da diferença que muitas vezes abominamos.
Não sabemos o quanto um esbarrão furtivo na rua com um desconhecido pode revelar caminhos inimagináveis nas nossas vidas, isto é, pensamos ter controle sobre nossas ações e nossos planos pessoais, mas não é bem assim.