Procurando

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pé-de-sei-lá-o-quê

Quando eu era pequena, sempre que engolia a semente de alguma fruta eu logo pensava que nasceria o pé de alguma coisa dentro de mim. Já tive pés de melancia, de laranja e até de maçã. Ficava cultivando essas sementinhas e pensando o que eu faria quando a árvore começasse a crescer. (In)Felizmente nunca colhi estes frutos.



Hoje em dia quem cresceu fui eu e ao invés de ter um pé de melancia dentro de mim, eu tenho um pomar inteiro. As ervas daninhas são o que me dão mais trabalho. Às vezes, eu mesma as cultivo sem perceber que eu deveria eliminá-las. Ainda não sei distinguir o que é folha, fruto ou flor. Na maioria do tempo só sei depois de experimentar e pode ser uma experiência agradável ou não. Não é fácil cuidar disso tudo. Tem horas que a vontade é deixar pra lá e ver o que vai acontecer. Porém, quando vem alguém e olha meu pomar e fala o quanto ele é bonito eu me envaideço e fico, de certa forma, feliz com todo o trabalho que tive para deixá-lo assim.



Há tempos de estiagem. Fico desejando uma chuvinha, uma gotinha... qualquer coisa que amenize o sofrimento das minhas doces frutas. Algumas não agüentam e nem chegam a se desenvolver plenamente. Outras ficam tão vistosas, apesar da falta de água! A natureza é realmente maravilhosa.



Limão tem o ano todo e eu acabo sempre dando um pouquinho para quem eu vejo porque não cabe tudo dentro de mim. Maçã não aparece muito freqüentemente, mas quando está madura eu sempre gosto de dar uma mordida bem generosa. Já tive épocas de morangos fartos e bem vermelhos, mas hoje em dia quase não os vejo mais. Já troquei o adubo. Plantei em outro cantinho, mas por enquanto nada.



Ultimamente passo meu tempo cuidando de um pezinho que ainda não sei do que é. O engraçado é que não me lembro de ter plantado nada ali daquele lado. Tenho quase certeza que foram os pássaros que trouxeram essa semente desconhecida. Só sei que esse pezinho precisa de água duas vezes ao dia: uma com o sol e outra com a lua. Enquanto não desvendo esse mistério vou regando e cortando as folhinhas.



É bom e intrigante ver tudo isso aqui dentro. A natureza sempre me surpreende.

2 comentários:

  1. Que bom que os passáros o trouxeram. É o inesperado. É mais gostoso.

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  2. a vida realmente é um mistério que se traduz na semente e vc sabe descrever o que este assombro nos causa, simples como brotar espontâneo. Bravo!!!

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