Procurando

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tempo: velho e bom companheiro

Saudade e medo. Tão vulnerável e a impressão de antes carregar apenas metade do coração. 



Ficou calada. Tentou silenciar todos os questionamentos e sentiu que o sofrimento nunca iria cessar. Perguntou-se se havia errado, onde havia errado. Teve medo das respostas. Teve tanto medo. Quis sumir. Quis não experimentar tamanha dor. Inédito. Não soube lidar com a rejeição. Sempre foi ela quem dissera “não”. Sempre.



Depois do medo a solidão juntou-se a eles. Que triângulo nada amoroso! Correu, desvencilhou e fingiu não sentir. Pobrezinha. Dormiu e de sonhos passados foi vivendo. Tudo tão frio e vazio. Quando teve que acordar, pediu, implorou para ficar mais um tempo naquela inércia. 



Paradoxalmente não se permitiu. Lutou contra ela mesma. A grande batalha deveria ser travada sem a ajuda de ninguém. Fraquejou. Quis desistir. Pediu por socorro. Pediu para não ser daquele jeito. Perdeu o rumo e não quis encontrar uma nova saída. 



Mas o tempo carregou os dias, as noites, os meses e transformou dor em força. Fez com que ela quisesse voltar. Voltar para o presente. O medo continuou ao seu lado, mas era diferente: um misto de excitação, mistério, planos e a vontade de voltar a sorrir. Levantou-se. Sacudiu a poeira, mas deixou um pouco do pó para se lembrar de onde vinha a sua força. Olhou para trás e por mais que ela desejasse tudo aquilo novamente, conseguiu enxergar uma saída. Um pouco distante, é verdade. Tentou tocá-la, mas ainda não foi capaz de alcançá-la. Não se desesperou.



Foi no seu novo ritmo, às vezes tropeçava em si mesma, acabava caindo e as cicatrizes de outrora se reabriam. Ela reforçava os curativos e seguia em frente. As indagações não partiram, entretanto ela já não ansiava por respostas. Engraçado como as prioridades haviam mudado.



Olhou-se no espelho e se surpreendeu com o que via: não era mais a mesma. Era uma mudança sutil... se olhasse bem de perto era capaz de ver as marcas. Porém, seu primeiro impulso foi querer escondê-las. Bobagem. Inútil negar o inegável. Fez sua própria fortaleza para que, ao menos, não soubessem de suas derrotas e fraquezas.



Só que isso tudo faz parte dela. E, apesar do desespero inicial, vê que não foi o fim do mundo e que no meio de tanta coisa ruim ela continua aqui.



Olha para o passado com orgulho e ainda sente saudade.



Mas agora deseja algo novo.

Um comentário:

  1. I do love you. Im thankful for having you, for letting me know the other side, the feelings I pop-up in others. Thank you, honey.

    ResponderExcluir