Procurando

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Operação cachecol

Como pode a ausência virar esta coisa tão presente, concreta, nítida? A falta não deveria ser palpável. Fica tão mais difícil esquecer, enterrar quando vejo que não estive errada. Por que tem que ser assim? Por que esse medo todo? As estradas são diferentes? Acho que não... de tanto se falar, acabou que muita coisa não mudou. Retorno aos lugares antes por nós habitados. Isso não deveria mexer comigo, mas ainda mexe, ainda machuca. Tento expurgar a dor. Em vão, pois por você já não derrubo mais lágrimas. Engraçado essa coisa do amor morto. Consigo sorrir enquanto escuto todas as histórias, consigo sentir carinho, orgulho e por um segundo a sua falta. Não posso! Não quero! Não agora que pareço finalmente estar deixando meu casulo. A sensação é a mesma de meses atrás: incompreensão completa. Tenho cansado de tanto gerar teorias. Deixo para a medicina. Seria um caso e tanto para os estudos psicanalíticos. Agora não há mais nada que nos una... antes era uma existência toda. Sinto medo. Um medo diferente do seu, um medo que não seria nunca capaz de renunciar a própria felicidade. Por isso sigo em frente, na esperança de encontrar novamente tudo que  construímos, vivemos e deixamos lá atrás.

Um comentário: